croise devant

Eu tenho vivido na esperança de que meus passos encontrem o teu riso, assim, meio perdido, sem foco, destinado à ninguém. Errante como meus passos, eu gostaria que o vento jogasse seu cabelo numa direção oposta à minha, para que você pudesse ajeitá-los e, quem sabe, se eu não conseguir ser discreto o suficiente, você, subitamente, possa, sem querer, sorrir para mim. Minha cara de retardado deveria prolongar teu sorriso, te deixar errada, tentar se esquivar do meu olhar. Eu não faria nada, nem prometeria nada, não me contentaria, não te contaria. Talvez alguns passos para trás, olhares perdidos para todos os lados, uma saída bem discreta. Talvez eu crie coragem para dizer que minha vida estacionada espera ansiosamente pela passagem do desfile da tua vida na rua de minha casa.