A vida está preparando uma armadilha. Colisão. É como se durante uma viajem calma e tranquila, em uma curva qualquer, já próximo do destino, uma surpresa surgisse. Um caminhão na faixa oposta (porque o motorista exausto e irresponsável pela carga mas responsável ate certo ponto pela família que teve de abrir mão e cair na estrada para sustentar poder sustentar). Ele invade sua pista logo após a curva. Você se surpreende, interrompe um riso ou uma estrofe de uma canção, acelera o pulso, esboça uma reação, adrenalina no sangue, esboça uma reação, mas chega o momento em que os faróis em teus olhos lhe cegam. Sejamos menos dramático. É uma mesa de jogo. Um jogo de cartas. Algumas cartas na mão desordenadas, algumas cartas expostas na mesa, algumas com a face oculta na sua frente e mais outras tantas em uma pilha esperando por serem descobertas. Seu jogo não faz muito sentido, não é tão promissor assim. As três cartas na mesa próximas a você são alternativas mais óbvias, mas desconhecidas. A pilha de cartas são infinitas possibilidades de destino para o jogo. Filosofar cansa, não me distrai mais tanto assim. Parece até que esqueci de pular as ondas e com peso atual pouco menor a cem quilos resolvi acreditar que conseguiria vencer o mar. Bobagem. Pura bobagem. Ingenuidade. Audácia. A vida tá me aproximando de uma curva, tá me dando as cartas, tá enviando as ondas e erguendo a maré. A massa não muda, o tempo passa, e a única coisa que eu posso pra diminuir o impacto é alterar o tempo que essa força atua. Esse ano começou bem. Não 2014 e seus 365 dias. Mas meu próprio ano e seus 464 dias. Até breve.