sua efígie em mim.

O de hoje é simples. É assim, sem a necessidade de rimar, de agradar a ninguém. Não precisa de um vocabulário rebuscado, de palavras que sequer sabemos bem o significado, e também não precisa soar bem.

Sabe, é como aquela velha canção, ‘é que eu preciso de dizer que te amo’, moça. Sabe, outra vez, da mesma vez que digo todo dia, a cada ligação, e, as vezes tão baixo, que você nem ouve. Na verdade, as vezes você nem está por perto, ou sequer falo, só penso. Você sabe, eu espero que sim. Se não souber, ou não conseguir ouvir (certo amor?), pede que eu grito o mais alto quanto eu posso.

Bem, quer saber mais? Mesmo? Fica por perto, anjo.

É só isso.

Te amo, flor.

Rarefeito.

O fim da festa. Confetes e serpentinas no chão. Máscaras caídas em seu colo, o rastro de uma lágrima que correu as maçãs de teu rosto e te marcou por dentro. Com a beleza de toda a futilidade que provoca desejo, você me encanta. Você me tem nas mãos, como um punhal que brilha na sede de mais um corte. A espectativa de um futuro derramada no chão da avenida, tão doce quanto a decepção por não se decepcionar. Um jogo repleto de áses, frases repletas de crases e vidas de indas e vindas. Provocadora e sedutora como um sorriso sínico de um traçoeiro amante, o riso mais doce nos lábios que te levará ao seu fim. Os mesmos lábios que beijam cuspirão tem tua face as palavras que ficam engasgada após o fim de cada ligação. Não entendeu nada? Duvido! Ao amor perfeito, ao amor raro e feito, ao rarefeito. Então, que o espetáculo do amor começe, assim, já esperando o fim. O que sobrar de nós vai ser lucro. O que sobrar de amor será remorço. O que sobrar de risos será irônia. Vida a ti. Viva a mim. À vida em nós! Um brinde pro que há de vir. Amém!

sobre amor de carnaval.